quinta-feira, 18 de setembro de 2008

(14/01/2001) Rio de Janeiro - Parte I

Quente! O calor era quase insuportável, mas era tempo de ser herói. O caminho foi longo, a viagem foi longa, mas já adianto: valeu a pena. A terra do samba respirava rock. Mas, tenho certeza, se pudesse, até o Cristo Redentor desceria o corcovado para acompanhar a festa. Rock In Rio III – Eu Fui! Não era um evento qualquer, todos esperavam por Oasis e Guns N’ Roses a noite. A banda norte-americana iniciava sua turnê após uma longa pausa e não dava as caras por aqui desde o Rock In Rio II, em 1991.

Depois de passar por Copacabana, a Ipanema imortalizada por Jobim, Leblon e Barra, cheguei a Jacarepaguá. A estrutura era espantosa. Logo de cara me deparei com um enorme globo azul, com o logo do festival. A chamada Cidade do Rock era algo surreal e gigantesco.

O Palco Mundo iria receber algumas atrações imperdíveis, a começar pelos meus conterrâneos do Pato Fú. O guitarrista John ainda indagou: “Vocês gostam de porrada ou das mais lentinhas?”, claro, todo mundo pediu a primeira opção. Fernanda Takai ganhou o público após, literalmente, dar sangue pelo rock. Fez boa parte do show com um corte na mão.

Aí veio Carlinhos Brow... Bem, foi um banho de latinhas de cerveja. Num lugar que mais parecia uma lata de sardinha, não ter como se defender de latas voadoras não foi muito agradável. Como colocar uma atração assim em um dia só com rock n’ roll na programação? E nem foi a primeira vez. Lobão e Erasmo Carlos que o digam.

Restabelecida a ordem, foi a vez de o rock paulistano invadir a praia carioca. A rivalidade entre as principais cidades do país não impediu que os fãs delirassem com a apresentação de Ira! e Ultraje a Rigor. Confesso não ter me empolgado muito com Nasi e sua trupe, mas impossível não se contagiar com a irreverência do Ultraje. Roger fez todo mundo cantar, eu ainda poupava minha voz pra mais tarde, mas como quando começaram com Paranoid, cover de Black Sabbath, não teve jeito. Toda minha ‘economia’ vocal foi por água abaixo. Ao fim do show já estava completamente rouco.


Ultraje a Rigor - Sexo e Ciúme


Enquanto eu me esgoelava no Palco Mundo, na Tenda Brasil, bandas como Los Hermanos e Nação Zumbi, se apresentavam. Infelizmente, não deu pra ver tudo. Ainda mais com o fluxo de pessoas entre um show e outro.

A noite já caia para refrescar o calor e trazer quem todos estavam esperando, mas essa história fica para o próximo post, quando esse roqueiro andarilho que lhes escreve, contará em detalhes os shows de Oasis e Guns N’ Roses. Até lá!

Um comentário:

Carlos d'Andréa disse...

O melhor show deste festival foi o do R.E.M.! Lamento ter perdido o Neil Young. Sobre os links, vale investigir em indicações mais específicas. Sobre a briga do Lobão com os metaleiros, por ex., este vídeo é bom:
http://www.youtube.com/watch?v=WpoFGC6rJs0

abs, cArlos