quinta-feira, 16 de outubro de 2008

(14/01/2001) Rio de Janeiro - Parte III

“Me deêm água, por favor”. Mesmo com a noite caindo, a temperatura era muito elevada. O Rio de Janeiro parecia um caldeirão. Até então, só havia presenciado shows vibrantes, enérgicos e pulado do início ao fim de todos eles. As forças já estavam em vias de acabar, a voz também. Mas eu tinha uma missão.

Sabe uma daquelas bandas que você ouve durante toda a vida e até se anima de pegar umas cifras pra aprender a tocar umas (quase todas, no caso) músicas? Pois bem, a próxima banda é uma dessas.

Eram quase 8 anos longe dos palcos. Anos em que, provavelmente, Axl Rose se aproveitou pra se alimentar exageradamente. É provável também que ele não tenha feito muitas aulas de canto no período, mas isso pouco importa. Eu estava lá pela história, por tudo que eu poderia contar para meus netos, quando estiver velho. E lá também estavam algumas figuras exóticas do novo Guns N’ Roses: Buckethead, que é considerado um dos melhores guitarristas de todos os tempos, com um pote de alguma coisa na cabeça e uma máscara e Robin Fink com uma estranha pintura no rosto.

O show começou com quase duas horas de atraso. Normal, vindo de uma pessoa que diz que irá se atrasar para o próprio enterro. Em partes, até que foi bom. Assim pude recuperar um pouco o fôlego. Antes de rock, um desenho animado no enorme telão. E, quando menos esperava: “You know where the f*** you are? You’re in the jungle baby, you gonna die!”… por uns cinco minutos eu só conseguia pular e ouvir. Apesar de estar ‘perto’ do palco, não conseguia enxergar nada lá, somente vultos.

Só havia descanso quando Axl parava o show pra falar alguma coisa. E tudo devidamente traduzido para que o público entendesse. E entre uma alfinetada do no Oasis e nos antigos membros da banda, muitos clássicos: Sweet Child O’Mine, Patience, e November Rain são algumas delas. Além delas, algumas novas, como Madagascar e Chinese Democracy. O guitarrista, Finck, ainda arriscou cantar Sossego, com um sotaque horroroso e um português sofrível, mas que cativou todo mundo.

Depois de Paradise City, com direito a imagens dos pontos turísticos do Rio de Janeiro, e de um discurso emocionado, Axl se despediu. Com uma homenagem à sua secretária brasileira, que fazia a tradução simultânea de seus discursos. A Cidade do Rock, agora, está vazia. Só eu e alguns responsáveis pelo palco ainda permanecemos aqui. É hora de pegar o ônibus pra qualquer outro lugar nesse mundão do rock. Em breve esse roqueiro andarilho volta com mais histórias.

Paradise City: