(16/10/1988)Canecão - Rio de Janeiro

Ali estava ele: franzino, cansado, mas guerreiro. Pra celebrar sua vida louca e disparar sua metralhadora cheia de mágoas. Cazuza ficou de pé como um soldado, mesmo debilitado pelo HIV e pelas duas pneumonias seguidas que contraiu pela baixa imunidade causada pelo tratamento da doença.

Gestos suaves, sotaque carioca, voz imponente. Ali, na platéia: seus pais, os antigos parceiros de Barão Vermelho. O Canecão estava lotado, era comum ver pessoas aos prantos, se emocionando com a força de vontade e a luta de Cazuza pra conseguir subir ao palco e cantar. O poeta não se deixava abater, mas era difícil conter nossas lágrimas.

O show, produzido por Ney Matogrosso, durou pouco. O suficiente, porém, para que revisitássemos toda sua carreira e guardássemos em nossas memórias cada segundo. Ao final, ainda pude trocar breves palavras com Frejat. Emocionado, ele se limitou a dizer que tinha sido emocionante e que Cazuza tinha feito o melhor show que ele já tinha presenciado. As lágrimas que escorreram do rosto do guitarrista se refletiam em todo público.

O tempo não pára e o roqueiro andarilho também não. Volto de algum outro lugar desse universo, em alguma outra data.

Setlist:
1 - Vida Louca Vida
2 - Boas Novas
3 - Ideologia
4 - Todo Amor que Houver Nesse Mundo
5 - Codinome Beija-flor
6 - O Tempo Não Pára
7 - Só as Mães São Felizes
8 - O Nosso Amor a Gente Inventa
9 - Exagerado
10- Faz Parte do Meu Show